"Nós estamos vendo que a lógica de privatização continua, os anteriores privatizaram a Petrobras, as telecomunicações e os atuais privatizam portos e aeroportos. Nós temos que dizer, de fato, qual é a crítica que existe a esse modelo de entrega do que é público ao que é privado". Com essas palavras o senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá, criticou, em entrevista concedida ao site do jornal Diário da Manhã, a política privatista implementada pela presidenta Dilma Rousseff, em continuidade aos governos anteriores, e afirmou o PSOL como a alternativa de esquerda nas eleições presidenciais de 2014. Na entrevista, publicada na última sexta-feira (01), o senador disse que chamar privatização de concessão, como pretende o governo, "é um eufemismo" e "é tentar modificar o que é real". Segundo ele, ao entregar o aeroporto para uma empresa privada tal medida faz com que a mesma empresa fique com todos os lucros que o aeroporto gera. "O que há concretamente é um modelo de privatização em curso e expressado na privatização dos portos para atender os grandes armadores e um modelo de concessão ao capital financeiro que se expressa no aumento da taxa de juros, que concretamente financia e viabiliza os bancos e não os devedores de bancos. Enfim, há uma concessão àqueles setores que há 500 anos mandam no País", ressaltou.
Na entrevista, que pode ser conferida abaixo, Randolfe critica a redução da maioridade penal e a nova lei de drogas, aprovada recentemente na Câmara dos Deputados, e nega falsas acusações feitas por setores os quais ele chama de velha direita e nova direita do Amapá. “Trata-se de uma denúncia vinda de um chefe de crime organizado no Amapá, de alguém que tem uma declaração de próprio punho dizendo que falsificou o documento. Trata-se de uma matéria que foi arquivada pelo Ministério Público Federal, pelo Procurador Geral da República e este pediu para que o ‘denunciante’ fosse processado por falsidade ideológica. Todos os cidadãos do Amapá conhecem o denunciante e sabem a quais interesses ele serve. Serve aos interesses daqueles que estão sendo denunciados por nós, por crime organizado, tráfico de drogas, corrupção ativa, corrupção passiva e formação de quadrilha”, enfatiza Randolfe.
Confira abaixo a íntegra da entrevista.
Diário da Manhã - O PSol definiu sua estratégia para as eleições de 2014?
Randolfe Rodrigues - Sim. O PSol terá candidatura própria para a Presidência da República. É necessário ter um candidato de esquerda para as eleições do ano que vem. Nenhum nome está definido, estamos debatendo nomes dentro do partido. Temos um Congresso marcado para dezembro e antes disso nós definiremos qual dos nossos companheiros.
DM - Quais nomes estão em pauta hoje?
Randolfe Rodrigues - Além do meu nome, temos a companheira Luciana Genro e o companheiro Chico Alencar.
DM - Com qual programa o PSol sai na disputa à Presidência da República?
Randolfe Rodrigues - Com um programa de esquerda, com a ousadia e com a coragem para ser de esquerda. Reafirmar o papel estratégico do Estado e da economia. Nós estamos vendo que a lógica de privatização continua, os anteriores privatizaram a Petrobras, as telecomunicações e os atuais privatizam portos e aeroportos. Nós temos que dizer, de fato, qual é a crítica que existe a esse modelo de entrega do que é público ao que é privado. Nós continuamos reféns de uma política econômica que há mais de 20 anos não muda, reféns dos três grandes que mandam neste País, agronegócio, capital financeiro e grandes empreiteiras. Temos que mudar e quebrar esse ciclo. Nós queremos apresentar um programa progressista de esquerda e que tenha coragem de se contrapor à pauta conservadora que está em debate na sociedade brasileira. Existe, hoje, uma ofensiva para reduzir a maioridade penal, para criminalizar o usuário de drogas, como se o criminoso não fosse o traficante de drogas, mas sim o usuário e não há reação e uma proposta realmente de esquerda que se contraponha a isso.
DM - Qual o arco de alianças possíveis do PSol? Com quais partidos é possível estabelecer um diálogo?
Randolfe Rodrigues - Como nós vamos apresentar uma proposta de esquerda, eu queria fazer uma aliança com todos os partidos de esquerda, se todos os partidos que se identificam como de esquerda tivessem essa linha que eu te apresentei, eles deveriam apoiar uma candidatura que apresentasse isso.
DM - Dilma Rousseff e o PT dizem que concessão não é privatização, o senhor concorda?
Randolfe Rodrigues - É um eufemismo. É tentar modificar o que é real. Ao entregar o aeroporto para uma empresa privada faz com que ela fique com todos os lucros que ele gera, dizendo assim ser uma concessão. Esse é um exercício de verborragia, que só a língua portuguesa possibilita. Lamentavelmente, a Língua Portuguesa também abre espaço para manipulações. O que há concretamente é um modelo de privatização em curso e expressado na privatização dos portos para atender os grandes armadores e um modelo de concessão ao capital financeiro que se expressa no aumento da taxa de juros, que concretamente financia e viabiliza os bancos e não os devedores de bancos. Enfim, há uma concessão àqueles setores que há 500 anos mandam no País.
DM - A CPI da Petrobras sai do papel?
Randolfe Rodrigues - O central não é a CPI da Petrobras, não há muita preocupação com isso. Não vamos cair na lógica da argumentação ofensiva e conservadora da velha direita, que tenta criminalizar a Petrobras para fazer o que eles não conseguiram, mas que no modelo atual tem diferença. Eu não estou preocupado em fazer uma CPI para a Petrobras, porque isso é uma ofensiva para fragilizar a Petrobras, que é uma empresa estratégica para o desenvolvimento nacional. Eu estou preocupado com leilões e com concessões que concedem nossas empresas ao capital privado. Estou preocupado com essa primeira rodada de leilões, que já ocorreu, e concedeu o conjunto das nossas riquezas do mar e o petróleo para a British Petroleum, para multinacionais francesas e para centenas de outras multinacionais que virão aqui explorar nossas riquezas.
DM - O senhor é contra a redução da maioridade penal?
Randolfe Rodrigues - Eu sou totalmente contra a redução da maioridade penal. É muito fácil fazer discurso pela redução da maioridade penal... Eu quero ver esse que faz discurso pela redução maioridade penal ir às ruas fazer protesto contra a corrupção, contra banqueiro, que saqueia os cofres do povo brasileiro com o aumento da taxa de juros.
DM - Qual a sua opinião sobre a descriminalização do uso de drogas?
Randolfe Rodrigues - Nós temos agora uma versão conservadora, que passou na Câmara dos Deputados com a heróica oposição dos três deputados do PSol, que concretamente diz que o usuário é o mesmo que o traficante. É um absurdo, isso é criminalizar a juventude brasileira: o usuário deve ser tratado pelo sistema como uma vítima do tráfico de drogas.
DM - O ex-presidente do PSol em Goiânia Martiniano Cavalcante, havia negado à executiva do partido que tinha relações políticas e financeiras com o contraventor Carlinhos Cachoeira. O senhor esteve em Goiânia, avalizou oElias Vaz e depois descobriu um cheque de R$ 200 mil...
Randolfe Rodrigues - E o PSol foi enérgico e duro em afastar tanto Elias Vaz quanto Martiniano e instaurar, no âmbito do partido, um procedimento de investigação em relação aos companheiros. E enfim, talvez até por conta do procedimento instaurado, o Martiniano tomou a posição política de fortalecer o movimento de construção do partido que está sendo viabilizado pela Marina Silva, uma decisão que nós respeitamos, mas que obviamente teve uma repercussão dada devido também à posição que não é fácil qualquer partido tomar, uma vez que é mais fácil proteger os seus quando tem escândalos. No PSol, se instaurou um procedimento de investigação e o afastou do partido.
DM - Chico Alencar e João Alfredo, em Goiânia, afirmaram que o partido de Marina Silva é uma geleia geral. O senhor concorda?
Randolfe Rodrigues - Eu gostaria que fosse um pouco mais à esquerda. Não existe essa afirmação que vem desse partido "não sou de esquerda nem de direita". Eu não comungo com essa opinião. Acho que existe esquerda e existe direita. Historicamente, esses conceitos estão identificados com aqueles que defendem, desde a Revolução Francesa, a Justiça social e se enquadram à esquerda e aqueles que defendem a desigualdade que se alinham à direita. E, portanto, eu não me sinto representado por quem diz que não está nem à direita nem à esquerda.
DM - O senhor poderia explicar o que foi aquele episódio onde acusaram o senhor de receber o mensalinho?
Randolfe Rodrigues - Na verdade, essa informação foi veiculada por uma imprensa rotulada pelos setores que tem uma atuação na política que fazem inveja à máxima nazifacista de Goebbels, repetem uma mentira várias vezes até que se torne verdade. Lamentavelmente, alguns setores financiados inclusive, pelo Palácio do Planalto, têm atuado assim. Não aceitam qualquer oposição e principalmente a oposição que surge à esquerda do discurso deles. Aí tentam igualar àqueles que estão na Ação Penal 470, confirmada pelo STF como corrupção. Então, esses que tentam se encastelar no poder e acham que o poder nunca muda, tem uma rede nas redes sociais, em alguns blogs, que operam na mesma lógica e defendendo os interesses deles. E na história temos exemplos claros disso, era Hitler que contava uma história várias vezes até que ela se tornasse verdade e Stálin que achava que qualquer adversário tinha que ser criminalizado e jogado para Sibéria ou ir para o paredão. Esses que operam da mesma forma, tentam nos jogar no mesmo balaio, uma semana depois da nossa manifestação contra a MP dos Portos. Trata-se de uma denúncia vinda de um chefe de crime organizado no Amapá, de alguém que tem uma declaração de próprio punho dizendo que falsificou o documento. Trata-se de uma matéria que foi arquivada pelo Ministério Público Federal, pelo Procurador Geral da República e este pediu para que o "denunciante" fosse processado por falsidade ideológica. Todos os cidadãos do Amapá conhecem o denunciante e sabem a quais interesses ele serve. Serve aos interesses daqueles que estão sendo denunciados por nós, por crime organizado, tráfico de drogas, corrupção ativa, corrupção passiva e formação de quadrilha. É uma lástima ver os setores do PT se valerem de um traficante para dar razão a uma denúncia que não tem validade nenhuma. No mês que ele disse que eu recebi o mensalão, eu estava indo para a justiça para garantir o pagamento do meu salário, porque eu era um dos únicos deputados de oposição a ele, inclusive eu e minha família estávamos sendo ameaçados de morte naquele período e ele suspendeu o pagamento do meu salário. Eu tenho uma decisão judicial do mês, coloquei a disposição o meu sigilo bancário de todo o período, para esclarecer dúvidas. E há uma ação movida por mim, no Ministério Público Estadual, a partir da denúncia deles. Quando eles fizeram a denúncia, minha primeira ação foi pedir para o Ministério Público Estadual investigar, e nós próximos dias sairá o resultado final que esclarecerá quaisquer dúvidas em relação a isso. E em especial ao povo do Amapá, não existe dúvida sobre isso. O que é na verdade uma ação que tenta transformar a eleição de 2014 em um plebiscito entre a velha direita e a nova direita.
DM - O PT, na verdade, é a nova direita?
Randolfe Rodrigues - Olha, se não é, pelo menos está fazendo muito do que o PSDB, quando estava no governo, não teve disposição e coragem para fazer. O PSDB não teve a competência para privatizar portos, o que eles estão fazendo; atendendo ao agronegócio...
DM - O seu mandato termina quando?
Randolfe Rodrigues - O meu mandato termina em 2018
DM - Então, o senhor é candidato às eleições de 2014?
Randolfe Rodrigues - Eu quero conversar, estou conversando no âmbito do PSol. Tem uma pressão por parte dos meus companheiros do PSol para que eu seja candidato, mas eu quero amadurecer um pouco mais para resolver essa questão e também não quero deixar o partido refém de uma decisão minha. Se não for eu, Chico Alencar ou Luciana são companheiros que representarão o partido e esse programa que eu delineei a você.
Na entrevista, que pode ser conferida abaixo, Randolfe critica a redução da maioridade penal e a nova lei de drogas, aprovada recentemente na Câmara dos Deputados, e nega falsas acusações feitas por setores os quais ele chama de velha direita e nova direita do Amapá. “Trata-se de uma denúncia vinda de um chefe de crime organizado no Amapá, de alguém que tem uma declaração de próprio punho dizendo que falsificou o documento. Trata-se de uma matéria que foi arquivada pelo Ministério Público Federal, pelo Procurador Geral da República e este pediu para que o ‘denunciante’ fosse processado por falsidade ideológica. Todos os cidadãos do Amapá conhecem o denunciante e sabem a quais interesses ele serve. Serve aos interesses daqueles que estão sendo denunciados por nós, por crime organizado, tráfico de drogas, corrupção ativa, corrupção passiva e formação de quadrilha”, enfatiza Randolfe.
Confira abaixo a íntegra da entrevista.
Diário da Manhã - O PSol definiu sua estratégia para as eleições de 2014?
Randolfe Rodrigues - Sim. O PSol terá candidatura própria para a Presidência da República. É necessário ter um candidato de esquerda para as eleições do ano que vem. Nenhum nome está definido, estamos debatendo nomes dentro do partido. Temos um Congresso marcado para dezembro e antes disso nós definiremos qual dos nossos companheiros.
DM - Quais nomes estão em pauta hoje?
Randolfe Rodrigues - Além do meu nome, temos a companheira Luciana Genro e o companheiro Chico Alencar.
DM - Com qual programa o PSol sai na disputa à Presidência da República?
Randolfe Rodrigues - Com um programa de esquerda, com a ousadia e com a coragem para ser de esquerda. Reafirmar o papel estratégico do Estado e da economia. Nós estamos vendo que a lógica de privatização continua, os anteriores privatizaram a Petrobras, as telecomunicações e os atuais privatizam portos e aeroportos. Nós temos que dizer, de fato, qual é a crítica que existe a esse modelo de entrega do que é público ao que é privado. Nós continuamos reféns de uma política econômica que há mais de 20 anos não muda, reféns dos três grandes que mandam neste País, agronegócio, capital financeiro e grandes empreiteiras. Temos que mudar e quebrar esse ciclo. Nós queremos apresentar um programa progressista de esquerda e que tenha coragem de se contrapor à pauta conservadora que está em debate na sociedade brasileira. Existe, hoje, uma ofensiva para reduzir a maioridade penal, para criminalizar o usuário de drogas, como se o criminoso não fosse o traficante de drogas, mas sim o usuário e não há reação e uma proposta realmente de esquerda que se contraponha a isso.
DM - Qual o arco de alianças possíveis do PSol? Com quais partidos é possível estabelecer um diálogo?
Randolfe Rodrigues - Como nós vamos apresentar uma proposta de esquerda, eu queria fazer uma aliança com todos os partidos de esquerda, se todos os partidos que se identificam como de esquerda tivessem essa linha que eu te apresentei, eles deveriam apoiar uma candidatura que apresentasse isso.
DM - Dilma Rousseff e o PT dizem que concessão não é privatização, o senhor concorda?
Randolfe Rodrigues - É um eufemismo. É tentar modificar o que é real. Ao entregar o aeroporto para uma empresa privada faz com que ela fique com todos os lucros que ele gera, dizendo assim ser uma concessão. Esse é um exercício de verborragia, que só a língua portuguesa possibilita. Lamentavelmente, a Língua Portuguesa também abre espaço para manipulações. O que há concretamente é um modelo de privatização em curso e expressado na privatização dos portos para atender os grandes armadores e um modelo de concessão ao capital financeiro que se expressa no aumento da taxa de juros, que concretamente financia e viabiliza os bancos e não os devedores de bancos. Enfim, há uma concessão àqueles setores que há 500 anos mandam no País.
DM - A CPI da Petrobras sai do papel?
Randolfe Rodrigues - O central não é a CPI da Petrobras, não há muita preocupação com isso. Não vamos cair na lógica da argumentação ofensiva e conservadora da velha direita, que tenta criminalizar a Petrobras para fazer o que eles não conseguiram, mas que no modelo atual tem diferença. Eu não estou preocupado em fazer uma CPI para a Petrobras, porque isso é uma ofensiva para fragilizar a Petrobras, que é uma empresa estratégica para o desenvolvimento nacional. Eu estou preocupado com leilões e com concessões que concedem nossas empresas ao capital privado. Estou preocupado com essa primeira rodada de leilões, que já ocorreu, e concedeu o conjunto das nossas riquezas do mar e o petróleo para a British Petroleum, para multinacionais francesas e para centenas de outras multinacionais que virão aqui explorar nossas riquezas.
DM - O senhor é contra a redução da maioridade penal?
Randolfe Rodrigues - Eu sou totalmente contra a redução da maioridade penal. É muito fácil fazer discurso pela redução da maioridade penal... Eu quero ver esse que faz discurso pela redução maioridade penal ir às ruas fazer protesto contra a corrupção, contra banqueiro, que saqueia os cofres do povo brasileiro com o aumento da taxa de juros.
DM - Qual a sua opinião sobre a descriminalização do uso de drogas?
Randolfe Rodrigues - Nós temos agora uma versão conservadora, que passou na Câmara dos Deputados com a heróica oposição dos três deputados do PSol, que concretamente diz que o usuário é o mesmo que o traficante. É um absurdo, isso é criminalizar a juventude brasileira: o usuário deve ser tratado pelo sistema como uma vítima do tráfico de drogas.
DM - O ex-presidente do PSol em Goiânia Martiniano Cavalcante, havia negado à executiva do partido que tinha relações políticas e financeiras com o contraventor Carlinhos Cachoeira. O senhor esteve em Goiânia, avalizou oElias Vaz e depois descobriu um cheque de R$ 200 mil...
Randolfe Rodrigues - E o PSol foi enérgico e duro em afastar tanto Elias Vaz quanto Martiniano e instaurar, no âmbito do partido, um procedimento de investigação em relação aos companheiros. E enfim, talvez até por conta do procedimento instaurado, o Martiniano tomou a posição política de fortalecer o movimento de construção do partido que está sendo viabilizado pela Marina Silva, uma decisão que nós respeitamos, mas que obviamente teve uma repercussão dada devido também à posição que não é fácil qualquer partido tomar, uma vez que é mais fácil proteger os seus quando tem escândalos. No PSol, se instaurou um procedimento de investigação e o afastou do partido.
DM - Chico Alencar e João Alfredo, em Goiânia, afirmaram que o partido de Marina Silva é uma geleia geral. O senhor concorda?
Randolfe Rodrigues - Eu gostaria que fosse um pouco mais à esquerda. Não existe essa afirmação que vem desse partido "não sou de esquerda nem de direita". Eu não comungo com essa opinião. Acho que existe esquerda e existe direita. Historicamente, esses conceitos estão identificados com aqueles que defendem, desde a Revolução Francesa, a Justiça social e se enquadram à esquerda e aqueles que defendem a desigualdade que se alinham à direita. E, portanto, eu não me sinto representado por quem diz que não está nem à direita nem à esquerda.
DM - O senhor poderia explicar o que foi aquele episódio onde acusaram o senhor de receber o mensalinho?
Randolfe Rodrigues - Na verdade, essa informação foi veiculada por uma imprensa rotulada pelos setores que tem uma atuação na política que fazem inveja à máxima nazifacista de Goebbels, repetem uma mentira várias vezes até que se torne verdade. Lamentavelmente, alguns setores financiados inclusive, pelo Palácio do Planalto, têm atuado assim. Não aceitam qualquer oposição e principalmente a oposição que surge à esquerda do discurso deles. Aí tentam igualar àqueles que estão na Ação Penal 470, confirmada pelo STF como corrupção. Então, esses que tentam se encastelar no poder e acham que o poder nunca muda, tem uma rede nas redes sociais, em alguns blogs, que operam na mesma lógica e defendendo os interesses deles. E na história temos exemplos claros disso, era Hitler que contava uma história várias vezes até que ela se tornasse verdade e Stálin que achava que qualquer adversário tinha que ser criminalizado e jogado para Sibéria ou ir para o paredão. Esses que operam da mesma forma, tentam nos jogar no mesmo balaio, uma semana depois da nossa manifestação contra a MP dos Portos. Trata-se de uma denúncia vinda de um chefe de crime organizado no Amapá, de alguém que tem uma declaração de próprio punho dizendo que falsificou o documento. Trata-se de uma matéria que foi arquivada pelo Ministério Público Federal, pelo Procurador Geral da República e este pediu para que o "denunciante" fosse processado por falsidade ideológica. Todos os cidadãos do Amapá conhecem o denunciante e sabem a quais interesses ele serve. Serve aos interesses daqueles que estão sendo denunciados por nós, por crime organizado, tráfico de drogas, corrupção ativa, corrupção passiva e formação de quadrilha. É uma lástima ver os setores do PT se valerem de um traficante para dar razão a uma denúncia que não tem validade nenhuma. No mês que ele disse que eu recebi o mensalão, eu estava indo para a justiça para garantir o pagamento do meu salário, porque eu era um dos únicos deputados de oposição a ele, inclusive eu e minha família estávamos sendo ameaçados de morte naquele período e ele suspendeu o pagamento do meu salário. Eu tenho uma decisão judicial do mês, coloquei a disposição o meu sigilo bancário de todo o período, para esclarecer dúvidas. E há uma ação movida por mim, no Ministério Público Estadual, a partir da denúncia deles. Quando eles fizeram a denúncia, minha primeira ação foi pedir para o Ministério Público Estadual investigar, e nós próximos dias sairá o resultado final que esclarecerá quaisquer dúvidas em relação a isso. E em especial ao povo do Amapá, não existe dúvida sobre isso. O que é na verdade uma ação que tenta transformar a eleição de 2014 em um plebiscito entre a velha direita e a nova direita.
DM - O PT, na verdade, é a nova direita?
Randolfe Rodrigues - Olha, se não é, pelo menos está fazendo muito do que o PSDB, quando estava no governo, não teve disposição e coragem para fazer. O PSDB não teve a competência para privatizar portos, o que eles estão fazendo; atendendo ao agronegócio...
DM - O seu mandato termina quando?
Randolfe Rodrigues - O meu mandato termina em 2018
DM - Então, o senhor é candidato às eleições de 2014?
Randolfe Rodrigues - Eu quero conversar, estou conversando no âmbito do PSol. Tem uma pressão por parte dos meus companheiros do PSol para que eu seja candidato, mas eu quero amadurecer um pouco mais para resolver essa questão e também não quero deixar o partido refém de uma decisão minha. Se não for eu, Chico Alencar ou Luciana são companheiros que representarão o partido e esse programa que eu delineei a você.
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