Nota de repúdio do PSOL São José à repressão policial contra os servidores


Nós do Partido Socialismo e Liberdade de São José repudiamos a ação truculenta da Polícia Militar contra professores da Rede Municipal de Ensino, ocorrida em 14 de Março.

Na tarde do dia citado, os Servidores Municipais faziam uma manifestação pacífica quando duas viaturas da PM chegaram de forma arbitrária e truculenta, sem a menor intenção de diálogo, já com intenção prévia de desmobilizar o movimento, sem qualquer ordem judicial, para agredir as pessoas presentes no espaço.

Agrediram três professores representantes de classe no sindicato que agiram pacificamente lutando por direitos assegurados por lei descumpridos pela Prefeitura Municipal de São José.

É de extrema importância, ainda, apontar a forma como a violência foi utilizada contra uma mulher. Ainda hoje em nosso país, as mulheres são fortemente oprimidas e a violência, física ou não, se mostra como uma das maneiras mais recorrentes de manifestação do homem contra a mulher. É inadmissível qualquer violência contra a mulher e principalmente as que ousam lutar e se contraporem a uma política opressora e ditatorial presente em nosso município.

Os excessos da PM devem ser investigados, bem como de onde partiu a ordem para as agressões, onde o maior beneficiado pela desmobilização do funcionalismo é a atual administração municipal.

Manifestamos apoio na luta do Magistério municipal em todas as suas reivindicações:

- Implantação da hora-atividade e pagamento retroativo ao Magistério Público Municipal.
- Reajuste do magistério conforme piso nacional.
- Pagamento integral do Plano de Carreira.
- Ressarcimento aos cofres da SJPREV dos 30 milhões perdidos, apuração e punição dos responsáveis.
- Reposição da inflação e mais ganho real de 5%.
- Aumento do auxílio alimentação de R$ 8,50 para R$ 12,00 para todos os servidores públicos municipais.
- Fim da terceirização dos serviços públicos municipais.
- Concurso público para todas as secretarias e fundações.
- Plano de Carreira para USJ garantindo a migração de celetista para estatutário.
- Correção do salário do Auxiliar de Sala de nível superior.
- Isonomia salarial entre os ACTs mensalistas e horistas.
- Gratificação de incentivo à formação aos professores de artesanato.

Audiência pública discute criminalização dos movimentos sociais

A Comissão de Legislação Participativa, presidida pela deputada Angela Albino, promoveu nesta sexta-feira (16), no plenarinho Paulo Stuart Wright da Assembleia Legislativa, audiência pública para discutir a criminalização dos movimentos sociais, com destaque para a truculência policial verificada no desalojamento de milhares de sem teto, em janeiro passado, no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos (SP) e contra líderes sindicais dos professores de São José, ocorrida na última quarta-feira (14). 

A professora Joaninha de Oliveira Johnson, da Central Sindical Popular (Conlutas), que solicitou a realização da audiência, relembrou as cenas da desocupação em São Paulo. “Vi na tevê, era impossível não chorar. As mães correndo com as filhas e os policiais incendiando os barracos, alegando que havia drogas”. 

O professor Valmor Paes da Silva denunciou a violência policial cometida contra dirigentes do Sinte de São José, quando reivindicavam o cumprimento da lei do piso nacional do magistério. “Fomos agredidos e presos. Eu fui torturado”, denunciou o líder sindical. 

Para o major Marco Aurélio Hoffmann, que representou a Polícia Militar, as cenas dos abusos verificados em São José “são bastante fortes e lamentáveis. Um inquérito foi instaurado e as responsabilidades serão apuradas”, garantiu. 

Marco Aurélio leu uma ordem do comando geral da PM, datada de 14 de junho de 2005, determinando aos comandantes das unidades militares “atenção espacial ao movimento social, a fim de assegurar a paz, tendo em mente que as reivindicações sociais fazem parte da democracia”. Por outro lado, o militar lembrou que no caso de Pinheirinho, a PM paulista agiu sob ordens do Judiciário e que os policiais estão sujeitos à prisão, caso se recusem a descumprir a determinação do juiz. 

Segundo o ex-deputado Afrânio Boppré, “os problemas sociais não serão resolvidos com polícia, bomba, tiros”. Para ele, a polícia intervém violentamente, como no caso da desocupação de Pinheirinho, porque as ações dos movimentos sociais foram criminalizadas. “Se há um crime, justifica a ação violenta”, analisou Bopré, que denunciou um viés preconceituoso nessas ações do estado, dirigidas contra os excluídos. 

O deputado Sargento Amauri Soares (PDT) argumentou que o estado é um instrumento da classe dominante e que por isso os trabalhadores e os oprimidos em geral não têm acesso a direitos. Soares citou o caso da greve da Polícia Militar na Bahia, cujos principais líderes estão presos em condições precárias. “A classe dominante constrói mecanismos para garantir o predomínio sobre trabalhadores, inclusive o Poder Judiciário. Não é verdade que o estado é para todos, não dá para ser”, defendeu Soares. 

O professor Lino Peres, da UFSC, se declarou assustado com a repetição da violência através do tempo. “Foi uma barbárie o que aconteceu no Pinheirinho, lembra o tempo dos militares”, declarou Lino. Já para o líder comunitário, João Luiz de Oliveira (Gão), “quem mais sofre com esse caos são os pobres”. Participaram da audiência pública sindicalistas, servidores públicos e estudantes da Grande Florianópolis. (Vitor Santos) 

Fonte: ALESC

Núcleo ecossocialista do PSOL Florianópolis promove debate

A Privatização da Ponta do Coral ou por que lutar por um destino público naquele espaço.

Por Elson Pereira*
A população de Florianópolis está assistindo a mais uma bem orquestrada ação de privatização de uma área nobre da cidade e que deveria ter um destino público. Esta ação começou há muitos anos, quando uma parte do terreno público que pertencia ao antigo Abrigo de Menores (destruído por um incêndio)foi "vendida" pelo governo do estado (Fucabem) a uma empresa privada de Criciúma.

(acervo Casa da Memória)

A porção do terreno privatizada se constituía na parte mais valorizada, entre a nova avenida construída pelo próprio governo estadual e o mar. Desde então projetos têm vindo à publico (invariavelmente de hotéis de alto luxo) e ano passado a empresa Hantei apresentou um novo projeto, desta vez acrescido de um aterro equivalente à área do terreno; uma parcela da população tem denunciado e protestado contra esta ação de subtração de um patrimônio paisgístico numa cidade que aspira por espaços públicos de qualidade. Há inclusive denúncias que a lei municipal que mudou o zonemanento para a viabilização do empreendimento (lei 180/2005) seja irregular. O mais grave do "concerto" é que as pessoas que ocupam os cargos públicos se esforçam para viabilizar o projeto privado, desprovidos de qualquer espírito público, numa grave ação de delapidação do patrimônio  da cidade.

Embora muito preocupado, não estou surpreso com esta ação. A composição do poder municipal atual e de administrações anteriores tem demonstrado o quanto suas ações são contraditórias em relação à construção de uma cidade para seus habitantes e a um comprometimento com a coisa pública. A estratégia é conhecida e antiga; abandonam o espaço público para que a população prefira qualquer outra coisa no local que se torna inseguro e inóspito para o uso público; depois, com belas imagens (a computação gráfica serve para tudo) e com um bem orquestrado programa de mídia, mostram uma paisagem futura como se fosse a única possível, pois não se tem recursos para a construção de um parque (SIC!); depois, toda a máquina pública trabalha a favor do projeto e qualquer voz dissonante(de dentro ou de fora da administração pública) deve ser deslegitamada. Não tenho dúvida que desta administração, nenhuma outra proposta poderia surgir; ela não quer espaços públicos (não consegue enxergar sequer que eles são importantes para criar amenidades e valorizar o próprio capital imobiliário); não quer planos que reservem espaços públicos pois dificultam a ação especuativa.

Não tenho dúvidas que a interrupção do processo participativo do Plano Diretor de Florianópolis aconteceu porque outro modelo de cidade estava germinando; várias comunidades demandaram espaços públicos, indicando inclusive onde seriam implantados: Campeche (Campo de aviação, Lagoa da Chica e Lagoa Pequena); Lagoa (Vassourão); Pântano do Sul; Coqueiros (ampliação do parque existente); área da Penitenciária; Parque do Rio Vermelho, Costa da Lagoa. Outras comunidades apontaram a necessidade de áreas públicas sem, no entanto, indicar local: Ratones, Ribeirão da Ilha, Saco Grande, Santo Antônio de Lisboa ; Barra da Lagoa, Cachoeira do Bom Jesus, Canasvieiras, Continente, Costeira do Pirajubaé e Ingleses.

Não bastasse a demanda da população, a administração ignora relações importantes entre a construção de um hotel de 600 leitos e a (i)mobilidade urbana, um dos principais problemas da cidade. Um hotel desta magnitude é um pólo gerador de tráfego de grande proporção. Depois certamente virá a solução: construir mais um viaduto (sic!).

A ação dos movimentos sociais, desde a década de 80 tem sido importante para tentar impedir este uso privado de área de grande interesse público. É uma ação de Resistência. Atrevería-me a dizer que a construção deste hotel na Ponta do Coral seria a destruição do Miramar do século XXI, afinal, as consequências seriam muito parecidas: afastar a população do mar.

Para terminar, apresento algumas imagens de parques públicos que valorizam a paisagem e a população local; os turistas TAMBÉM aproveitam, mas não são o únicos a usufrir, como querem nossos adminstradores.

 
(França; obsevem a semelhança com a Ponta do Coral. Eles mantiveram o espaço público)
Le Parc Areca %uFFFD Saint-Aygulf
Parc Areca (também França)


Parc Jean Drapeau (Montreal): a dimensão é outra, mas o aspecto urbano é o mesmo.

É preciso resistir e mostrar alternativas ao modelo de Cidade-Mercado que querem nos impôr.

*Elson Manoel Pereira é engenheiro civil e professor de planejamento urbano do curso de graduação em geografia e nos cursos de pós-graduação em Urbanismo e em Desenvolvimento Regional e Urbano da UFSC. Em janeiro de 2012 foi indicado pré-candidato a prefeito em Florianópolis pelo PSOL.

OAB quer parar obra de hidrelétrica Belo Monte

A obra da usina hidrelétrica Belo Monte, no rio Xingu (PA), pode sofrer mais um atraso. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) pediu nesta segunda-feira (7) a “completa e imediata paralisação” do projeto até que o governo apresente as devidas compensações às cidades e comunidades afetadas pela construção.

Para o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, o governo deve cumprir todas as condicionantes para a execução do projeto.

- A postura do governo federal é contraditória, não tem respaldo legal, e a OAB não pode concordar com esse tipo de licença parcial não prevista em lei, que remete para depois o cumprimento de todas as condicionantes – ou seja, as compensações a serem dadas a todos os municípios em torno de Belo Monte, em função dos impactos ambientais e sociais que sua construção pode acarretar àquela região.

A licença concedida no final de janeiro pelo Ibama autoriza a construção de canteiros de obra próximos ao Rio Xingu, acampamento e aberturas de estradas de acesso ao local. O Ministério Público Federal no Pará questionou a medida justamente por causa do não cumprimento das condicionantes socioambientais.

- Belo Monte só pode iniciar sua construção mediante o cumprimento dessas condicionantes, pois são condições essenciais para o início da execução das obras, e sem isso é ilegal o início das mesmas. Ao dar esse tipo de licença parcial, o governo está rasgando a lei e entrando em contradição com a própria natureza desse tipo de licenciamento.

O presidente nacional da OAB pediu que a Justiça Federal no Estado do Pará analise com urgência  a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal para paralisação imediata das obras.

- Não se pode continuar nessa atitude colonialista do governo federal em relação aos Estados, sobretudo no que diz respeito a esses grandes projetos nacionais; é preciso maior participação dos Estados e da sociedade.

Ele lembrou que a usina de Belo Monte tem importante repercussão pela sua contribuição ao sistema elétrico do País, o qual deu recentemente mostras de exaustão, ao registrar um apagão em oito dos nove estados do Nordeste. “Portanto, os estados não podem ser meros expectadores da implantação desses projetos, eles precisam ser protagonistas, pois é de lá que vai ser retirada a energia, os minérios, e tudo isso à custa do meio ambiente e dos impactos para a sociedade em geral”.

A usina, localizada no rio Xingu, terá capacidade instalada superior a 11 mil megawatts e a primeira unidade geradora deverá entrar em operação comercial em fevereiro de 2015. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 19 bilhões.

Protestos e liminares tentaram suspender o leilão realizado em abril do ano passado. Mesmo sob críticas de ambientalistas, o consórcio Norte Energia – formado por 18 empresas incluindo duas subsidiárias da Eletrobras, Queiroz Galvão e Bertin – ofereceu uma tarifa de R$ 78 o megawatt/hora referente à usina de Belo Monte, contra um preço máximo, definido pelo governo, de R$ 83. Venceria quem oferecesse o menor preço.

Usina Nuclear Não. Brasil livre de usinas nucleares, afirma Ivan Valente

O dia 11 de março, será marcado pelo aniversário de 1 ano do acidente nuclear na usina de Fukushima, no Japão, que expôs mais de 300 pessoas a um alto grau de radiação. O número de mortes por câncer no futuro pode chegar a mil neste que foi o maior desastre nuclear desde Chenobyl, em 1986. Para alertar o mundo todo sobre os perigos da energia nuclear, estão programados mais de 100 protestos, em 15 países, neste final de semana. Aqui no Brasil, às 10h15 – horário em que a terra tremeu no Japão um ano atrás -, um gongo soará no vão livre do MASP, na Avenida Paulista, em São Paulo, relembrando o desastre e suas vítimas. Também haverá mobilizações em Manaus, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Angra.

Os protestos integram a iniciativa de construir uma enorme corrente mundial, humana, em solidariedade ao povo de Fukushima; ao mesmo tempo em que a “Coalizão por um Brasil Livre de Usinas Nucleares” e a “Articulação Antinuclear Brasileira” coletarão assinaturas para uma Proposta de Emenda Constitucional proibindo a construção, instalação e funcionamento de usinas nucleares no país. Às vésperas da realização da Conferência Rio+20 em nosso país, é preciso, portanto, que nós, parlamentares, e que o povo brasileiro conheçamos a fundo os riscos da produção da energia nuclear em nosso território.

Herdamos dos militares a ideia de que, para ser potência mundial e entrar no Conselho de Segurança da ONU, temos que ter um programa nuclear. Mas ninguém está pensando no legado que deixaremos para as gerações futuras. Basta lembrar do que aconteceu com o Césio-137 em Goiânia, em 1987, quando uma pedra de apenas 19g do material radioativo contaminou pelo menos 1.600 pessoas.

Antes de Fukushima, muitos defensores da energia nuclear afirmavam que esta era uma tecnologia sem riscos. Mas se no Japão, onde, apesar de toda a tecnologia usada na segurança, o acidente foi catastrófico do ponto de vista social e ambiental, imaginem o que pode acontecer em Angra 1, Angra 2 e, agora, Angra 3, que está sendo construída. Esta semana, aliás, um relatório do Greenpeace, elaborado em parceria com a organização alemã Urgewald, alertou o mundo sobre as precárias condições de segurança de Angra 3. Para as organizações ambientalistas, a usina está no lugar errado, foi mal projetada e construída com tecnologia antiquada, o que potencializa os riscos de acidentes. O projeto, por exemplo, não incorpora as medidas de segurança que se tornaram obrigatórias depois de Fukushima.

Mesmo assim, o governo alemão, que decidiu encerrar seu programa nuclear, deve dar um aval de 1,3 bilhão de euros para os investidores garantirem a construção de Angra 3, que será financiada pelo consórcio energético francês Areva, que conta com fábricas na Alemanha e receberá recursos do BNDES, dos bancos franceses Société Générale, BNP Paribas e Crédit Agricole e do espanhol Santander. Ou seja, se os países da Europa desistiram de apostar na energia nuclear, suas empresas agora correm para o Brasil.

Há ainda uma previsão do governo federal de colocar em operação outras quatros centrais nucleares em território nacional: duas no nordeste e duas no sudeste, a um custo de R$ 10 bilhões cada uma. E esta é outra razão contrária à ampliação do programa nuclear brasileiro: o custo. Depois de Fukushima, em função das novas regras de segurança definidas em âmbito internacional, o custo da produção da eletricidade via esta tecnologia, que já é caro – em média R$ 180 megawatt/hora –, deve aumentar, reforçando a necessidade dos subsídios já frequentes por parte dos Estados.

É importante lembrar também que o riscos começam muito antes da operação de geração de energia pelas usinas. Em Caetité, na Bahia, onde existe uma mina de extração de urânio – a primeira etapa da cadeia da produção da energia nuclear –, os problemas gerados na população são enormes. Em agosto do ano passado, a Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais divulgou o relatório da missão realizada na cidade para levantar as violações de direitos ocorridas no ciclo nuclear. Os documentos são reveladores do descaso do poder público com a vida dos moradores da região. O gás radônio, que resulta da explosão nas rochas da mina, é inalado pela população, contamina a água, o solo, os produtos agrícolas e os animais. Desde o ano 2000, quando a mina começou a funcionar, a incidência de câncer na população não para de crescer.

Para além dos riscos de contaminação na produção, a energia nuclear também produz um lixo altamente radioativo, que demora 20 mil anos para esgotar seu potencial de radiação. Uma usina com vida útil de 30 anos, por exemplo, gera mais de mil toneladas de lixo radioativo. Em Angra, este lixo está sendo armazenado em piscinas a céu aberto! O risco é enorme!

Assim, senhor Presidente, num país com a geografia brasileira, com enorme potencial para a produção de energias renováveis e cuja matriz energética conta atualmente apenas com 2% de geração nuclear, ampliar este programa não se justifica. Podemos, com melhorias nas hidrelétricas, suprir facilmente esta demanda. Sem falar no potencial hidráulico ainda remanescente no país, na biomassa, no gás natural, e nos próprios programas de racionalização do uso de energia.

Como lembra o professor Ildo Sauer, doutor em engenharia nuclear pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos EUA, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Energia da USP e diretor de energia da Fiesp, várias combinações entre esses recursos são possíveis para suprir a energia nuclear que resultaria dessa expansão do programa nuclear brasileiro, todas elas com custos de cerca da metade da opção nuclear, economizando mais de R$ 20 bilhões em investimentos para o mesmo benefício energético. Ao contrário do que afirmam os defensores das usinas nucleares, não faltaria energia para o país, mesmo com o aumento do consumo projetado para as próximas décadas.

Por que então colocar nossa população em risco enquanto muitos já baniram essa tecnologia, até mesmo países que não dispõem de alternativas energéticas como nós? O Brasil, assim, vai na contramão deste processo, sabe-se lá em nome de que… Lembrando novamente o professor Ildo Sauer, a construção de usinas nucleares, por si só, não garante avanços significativos no domínio da tecnologia nuclear. Tampouco é este o caminho que o Brasil deveria trilhar internacionalmente na geopolítica global. Temos que trabalhar pela não proliferação de armas nucleares – e não o contrário.

Por isso, senhoras e senhores deputados, manifestamos aqui a posição contrária do PSOL ao projeto do governo brasileiro de ampliar o programa nuclear nacional. E desde já nos engajamos pela aprovação da PEC que está sendo proposta pela sociedade civil, reafirmando os enormes riscos que, injustificavelmente, serão gerados para a nossa população.
Muito obrigado.