Parlamentares do PSOL protocolam ação popular na Justiça Federal pedindo suspensão do leilão do campo de Libra


Senador Randolfe protocola ação popular na Justiça Federal, em Brasília / Foto: Gisele Barbieri
Do site do PSOL Nacional, Leonor Costa

A ação tem como rés a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e sua diretora geral, Magda Maria de Regina Chambriard

O senador Randolfe Rodrigues, do PSOL do Amapá, protocolou na tarde desta quarta-feira (25), na Justiça Federal em Brasília, ação popular com pedido de liminar para que seja sustado o leilão de petróleo do campo de Libra, localizado na Bacia de Santos. A rodada de leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) está prevista para ocorrer no dia 21 de outubro.

Assinada pelos deputados Ivan Valente – presidente do PSOL Nacional, Chico Alencar e Jean Wyllys e pelo senador Randolfe Rodrigues, a ação considera o leilão como ato lesivo ao patrimônio público e aos interesses nacionais. “A Petrobras, por determinação do seu principal acionista, a União, está perdendo capital com importação de derivados, vendendo-os por preços menores, e pode não dispor de recursos para participar de muitas áreas oferecidas nos leilões”, afirma o texto.

A ação reforça, ainda, que a transferência deste manancial ao capital estrangeiro está sendo feita sem que o país tenha qualquer urgência do ponto de vista de suas necessidades energéticas. “O leilão não tem por objetivo suprir qualquer necessidade de abastecimento do país”, pondera.

Segundo os dados do Anuário Estatístico Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, as reservas brasileiras de petróleo já reconhecidas internacionalmente registraram aumento de 5,6% em 2012, atingindo 15 bilhões de barris, o que colocou o País na 14ª posição mundial. Já as reservas de gás natural cresceram 8,6%, para 459,4 bilhões m³, fato que levou o Brasil à 31ª colocação no ranking das maiores reservas.

Ao apresentar esses dados na ação popular, o PSOL argumenta que “a soma das reservas já reconhecidas - 15 bilhões de barris - e das reservas do pré-sal já descobertas pela Petrobras - 54 bilhões de barris - representa um contingente de 69 bilhões de barris de reservas, o que equivale a aproximadamente 50 anos de autossuficiência da produção nacional deste produto, tendo em vista que as previsões da ANP sobre autossuficiência eram de 15 anos com 14 bilhões de barris”.

Nesse sentido, conforme pondera o PSOL, um segundo ponto fundamental previsto na ação popular é que não há qualquer urgência na licitação de uma das maiores reservas de petróleo do mundo. “A realização do leilão configura ato lesivo ao patrimônio público e aos interesses nacionais”, enfatiza.

Outra questão ponderada pelo PSOL é quanto ao papel do Tribunal de Contas da União (TCU) nesse processo, que não foi ouvido até o momento. Na ação, o partido denuncia que o leilão ainda se configura em “flagrante ofensa ao TCU”, que tem por obrigação acompanhar e conceder parecer prévio sobre procedimentos licitatórios.

“Nas concessões ou partilhas de exploração de petróleo, o TCU deve acompanhar todas as fases dos processos de outorga, os procedimentos licitatórios e os atos decorrentes. Conforme a IN/TCU 27, a atribuição do TCU se desenvolve em quatro estágios: primeiro, examina os estudos de viabilidade econômica e os relatórios sintéticos dos estudos de impacto ambiental, que devem ser encaminhados pela ANP ao TCU antes da publicação do edital de licitação; segundo, faz a verificação do edital e a minuta de contrato; terceiro, verifica os procedimentos ocorridos na fase de habilitação e julgamento das propostas dos licitantes; e quarto, fiscaliza o ato de outorga e os contratos”, pontua.

Além desses fatos, há a questão da espionagem norte-americana sobre a Petrobras, confirmada por documentos divulgados por Edward Snowden, ex-analista da Agência Nacional de Espionagem dos Estados Unidos (NSA).

Em pronunciamento nesta tarde no plenário da Câmara, o presidente do PSOL, deputado Ivan Valente, ao informar a ação protocolada pelo partido na Justiça Federal, denunciou que o leilão é desnecessário ao país e, por isso, defendeu a sua suspensão, conforme os questionamentos apresentados na ação popular. Ele lembrou, ainda, que o fato de a Petrobras estar entre os alvos de espionagem dos EUA, já coloca o processo sob suspeita. “O que está em jogo é uma reserva brasileira de quase 16 bilhões de barris. Esse leilão é um ato lesivo à nação”, ponderou.

A ação popular tem como rés a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e sua diretora geral, Magda Maria de Regina Chambriard.

PSOL Florianópolis renova direção municipal


A direção municipal do PSOL de Florianópolis está de cara nova. Lea Medeiros, professora e ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal (Sintrasem), é a nova presidenta do partido na capital catarinense. 

A eleição ocorreu em agosto, mas a divisão de tarefas e funções ocorreu apenas no dia 5 de setembro. Ao todo, a direção será composta por 13 militantes do partido, tendo uma executiva de 7 membros. 

Veja as funções de cada um

Lea Medeiros
Presidente

Anderson Morais
Secretário Geral

Stella Veiga
Tesouraria

Alberi Leopoldo Adriano
Formação Política

Valmir Braz de Souza
Mobilização

Tânia Maria Ramos
Movimentos Sociais

Tiago de Azevedo
Comunicação

Vogais
Elisa Ferreira
Georgia Domingues
Hudson Neves
Josemir Cunha
Midiã Fraga
Paulo Wilpert

Por um debate "verdadeiramente" democrático sobre o transporte público de Florianópolis



Nota do PSOL-Florianópolis sobre a audiência que tratará do edital de licitação do transporte público.

 Nos meses de junho e julho deste ano, Florianópolis assim como o resto do país, foi sacudida por uma onda de manifestações que se iniciou com a exigência de melhorias no transporte público e se ampliou para a indignação da população referente à maneira equivocada como os governos estão conduzindo o país, os estados e as cidades. A revolta da população pela situação da saúde, educação, transportes, bem como pelas denúncias de corrupção e quanto às prioridades dos gastos do governo, demonstravam a total descrença das pessoas nas instituições governamentais e nos partidos. 

Após esses acontecimentos, era de se esperar, ao menos, que os governos conduzissem suas politicas com efetiva participação popular. Porém, não é essa a atitude que o prefeito Cesar Souza Jr tem adotado, nem para a principal pauta que tem gerado manifestações na cidade nos últimos dez anos: o transporte público. Ao marcar a audiência sobre a licitação do transporte para às 8 horas da manhã de segunda-feira, dia 9 de setembro, inviabiliza a participação da grande maioria da população que trabalha nesse horário.

O prefeito afirma que a nova licitação (que nada mais é do que uma obrigação do poder executivo) será a grande solução para o transporte da cidade e que isso reduzirá a tarifa. Porém, essa redução já poderia ter acontecido pela isenção de impostos sobre o transporte. Assim, tenta transformar a licitação numa grande realização de sua gestão, sem discutir a situação do transporte público da cidade junto àqueles que sofrem seus problemas todos os dias - a população de Florianópolis. O Chefe do Executivo mostra-se, mais uma vez, ao lado dos empresários, garantindo um processo de renovação por mais 20 anos (renováveis por até 40 anos) de um sistema que os moradores de Florianópolis já afirmam, há muito tempo, como incapaz de garantir a mobilidade na cidade.  

O PSOL-Florianópolis repudia a forma com quel o prefeito Cesar Souza Jr. tem conduzido o debate sobre esse tema sem a efetiva participação popular. Exigimos que os rumos do transporte urbano sejam decididos em um processo verdadeiramente democrático, no qual o povo de Florianópolis tenha possibilidade de opinar.

Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) - Florianópolis
6 de setembro de 2013 

Deputado Jean Willys (PSOL-RJ) convida para a Parada da Diversidade de Floripa


Deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) grava depoimento para a Parada da Diversidade de Floripa, que acontece no domingo, dia 8. Confira:

Em nota, bancada do PSOL repudia não cassação do mandato de deputado preso há 8 meses



Painel do plenário mostra resultado da votação / Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Do site do PSOL Nacional, Leonor Costa

Para Ivan Valente, Chico Alencar e Jean Wyllys, 
esta Legislatura será lembrada como a que afirmou que ser condenado por roubo ao Erário e formação de quadrilha não é incompatível com o exercício da função parlamentar
 
Após horas de discussão, o plenário da Câmara dos Deputados manteve, na noite desta quarta-feira (28), o mandato do deputado Natan Donadon (Ex-PMDB-RO), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crime de peculato e formação de quadrilha. Para ser cassado, eram necessários 257 votos ou mais a favor da perda do mandato. Os favoráveis à cassação somaram apenas 233 votos, contra 131 e 41 abstenções.
 
O resultado, considerado vergonhoso pelos deputados do PSOL, só reforça a necessidade do fim do voto secreto nas votações na Câmara dos Deputados. Para repudiar tal votação, a bancada emitiu nesta quinta-feira (29) uma nota denunciando que a preservação de mandato parlamentar de Donadon deveu-se ao gesto de 172 deputados “que, sob o manto espúrio do voto secreto, disseram não à cassação ou se abstiveram, e também aos 105 – excetuando o representado, cujo voto não valeu – que se ausentaram de tão importante votação”. 
 
Para Ivan Valente, Chico Alencar e Jean Wyllys, que assinam a nota, a Mesa Diretora da Câmara e os 39 deputados da CCJ (Comissão de Constitioção e Justiça) favoreceram o resultado, pelo fato de não acolherem a interpretação da Constituição – art.15, inciso III; art.55, incisos IV, VI e parágrafo 3º – que determinava a imediata declaração de extinção do mandato do incriminado.
 
“O PSOL repele o continuado corporativismo, inimigo do interesse público, que macula indelevelmente a ação do Poder Legislativo. Esta Legislatura será lembrada como a que afirmou, pelo voto oculto e pela omissão de sua maioria, que ser condenado por roubo ao Erário e formação de quadrilha não é incompatível com o exercício da função parlamentar”, consideram os deputados do PSOL.
 
Assim que a sessão foi encerrada, por volta das 23h, o deputado Chico Alencar comentou em sua página no facebook, que “hoje (ontem) senti, pela primeira vez, não vergonha de ser deputado, mas de pertencer a uma Legislatura capaz de se apequenar tanto. Ao ponto de dizer, através de 172 votantes e 108 ausentes, que condenação por peculato e formação de quadrilha não impede exercício de mandato público”.
 
O líder do PSOL, deputado Ivan Valente, também comentou o resultado da votação. “Como presidente da Frente Parlamentar pelo voto aberto, afirmo que prevalece a imoralidade, a impunidade e a cumplicidade contra o interesse público. A maioria da Câmara praticou haraquiri. Na contra mão do desejo das ruas por transparência e ética, preferiu proteger o roubo e a corporação”.
 
Na avaliação de Jean Wyllys o desfecho da sessão de ontem aponta que “há uma parcela de deputados que desmoraliza mesmo essa Casa (a Câmara dos Deputados”.
 
Apesar do resultado, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, tomou a decisão de afastar o parlamentar, já que Donadon não poderá exercer as atribuições do mandato. A nota comenta que essa iniciativa do presidente conta com o integral apoio da bancada do PSOL, “ainda que não minimize a gravidade da decisão do Plenário”.
 
Confira abaixo o inteiro teor da nota.
 
Presidiário deputado: não em nosso nome!
 
O PSOL repudia a absurda manutenção do mandato parlamentar de Natan Donadon (ex-PMDB), que cumpre pena de 13 anos, 4 meses e 10 dias no presídio da Papuda, por sentença do STF transitada em julgado.
 
O PSOL denuncia que a preservação de mandato parlamentar de Donadon deveu-se ao gesto de 172 deputado(a)s que, sob o manto espúrio do voto secreto, disseram não à cassação ou se abstiveram, e também aos 105 – excetuando o representado, cujo voto não valeu – que se ausentaram de tão importante votação. Estes são cúmplices por omissão.
 
O PSOL considera também que a Mesa Diretora da Câmara e os 39 deputados da CCJ favoreceram este desfecho, ao não acolherem a interpretação da Constituição – art.15, inciso III; art.55, incisos IV, VI e parágrafo 3º – que determinava a imediata declaração de extinção do mandato do incriminado.
 
O PSOL repele o continuado corporativismo, inimigo do interesse público, que macula indelevelmente a ação do Poder Legislativo. Esta Legislatura será lembrada como a que afirmou, pelo voto oculto e pela omissão de sua maioria, que ser condenado por roubo ao Erário e formação de quadrilha não é incompatível com o exercício da função parlamentar. A decisão do presidente Henrique Alves, de dar posse imediata ao suplente de Donadon, face ao evidente impedimento do titular, conta com nosso integral apoio, ainda que não minimize a gravidade da decisão do Plenário.
 
O PSOL sabe que a indignação popular contra a degeneração da política institucional e contra o Parlamento só vai crescer, e lhe dá razão!
O PSOL, apesar de tudo, continuará sua luta por uma Reforma Política com participação popular, com a qual parte expressiva da atual Câmara não tem qualquer compromisso, e com a imediata aprovação do VOTO ABERTO no Parlamento.
 
Chega de vergonha, basta de virar as costas para a população!
 
Brasília, DF, 29/8/2013
    
Ivan Valente
Deputado federal (PSOL-SP)
Líder do PSOL na Câmara
 
Chico Alencar
Deputado federal (PSOL-RJ)
 
Jean Wyllys
Deputado federal (PSOL-RJ)