Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero também manifestar a nossa solidariedade à greve dos bancários em todo o Brasil.
Nosso País tem a maior taxa de juros do mundo. A Hungria, que ocupa o segundo lugar, tem 6% de taxa básica, enquanto a nossa é 12%, a maior do mundo. Este País vai gastar 48% do orçamento para pagar juros a banqueiros e a rentistas, praticamente metade do orçamento. O Brasil tem o maior spread bancário do planeta, ou seja, a taxa de capitação dos bancos e a taxa paga ao cliente é a maior do mundo. Mas o País conseguiu, em 10 anos, evoluir o seu ganho, a lucratividade dos bancos sobre as tarifas bancárias, de 2 ou 3%, em 1996, para 30%. E cobram dos clientes as maiores tarifas por qualquer coisa.
Os bancos do País têm um lucro astronômico. E quando chega o momento de negociar, o que se vê é mais informatização, mais demissões, redução da categoria, maior exploração da força de trabalho. E, mais do que isso, coloca-se o cliente para trabalhar. É disso que se trata, o cliente faz tudo hoje no banco.
O lucro do capital financeiro, o domínio que o banco exerce sobre os meios de comunicação de massa, porque eles são os grandes financiadores dos meios de comunicação de massa, e o conglomerado bancário que trabalha com enorme margem de segurança… É só verificar o lucro dos maiores bancos, Santander, BRADESCO, Itaú, todos esses grandes bancos têm uma lucratividade fantástica no País, mas quando chega na hora de qualquer aperto…
No Governo Fernando Henrique criou-se uma coisa chamada PROER, um programa de ajuda aos bancos, o que qualquer um faria — os Governos do Lula e da Dilma também fariam. E não é porque os bancos vão quebrar, mas porque o poder deles é muito grande. Enquanto isso, continua a exploração dos trabalhadores, continua o pagamento de salários de miséria nos bancos — e eles têm a maior lucratividade do mundo.
Esta a denúncia que faço. Digo também que a categoria bancária está certa em fazer greve para reivindicar melhores condições de trabalho e melhores salários.
*Deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP)
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