Elson 50 concedeu entrevista para o Jornal Notícias do Dia, veja a reportagem:
Elson Manoel Pereira (PSOL) disputa a primeira eleição. Se falta experiência no campo político, sobra em planejamento urbano. O professor da Universidade Federal de Santa Catarina pretende fortalecer a capacidade de planejamento de Florianópolis. Quer investir em projetos integrados e pensados, não em medidas paliativas. Elson foi o terceiro candidato a prefeito da Capital ouvido pelo Grupo RIC, por meio do Jornal do Meio-Dia e do jornal Notícias do Dia.
Candidatura
Não é uma questão pessoal. O partido é coletivo. A minha pessoa incorporou alguns princípios que o partido visa para a cidade. Minha atuação em planejamento urbano acabou aliando no que o PSOL pensa para Florianópolis nessa área. Temos que democratizar a administração pública, tanto no acesso à informação, quanto na participação da população na gestão.
Planejamento
Não foi o PSOL que pautou o debate, foi a própria população. As pessoas veem a cidade se degradar, os contornos sendo descaracterizados. Estamos no limite. Logo, nos primeiros meses de governo, temos que abrir concurso público para o IPUF. Acabei de voltar de Curitiba. O IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano) tem 400 pessoas pensando a cidade diuturnamente. Se as coisas não são articuladas desde o início, o que era solução passa a ser problema. Foram feitos os viadutos, mas se precisar colocar calhas exclusivas para ônibus, o que fazer? Arrancar os viadutos prontos?
Decadência do IPUF
A impressão que se tem é que foi uma opção da atual administração. Ela abdicou do planejamento a longo prazo para priorizar obras sem visão de conjunto. Por mais que muitas ações do IPUF sejam questionadas, o órgão precisa ser equipado com novos profissionais, como engenheiros de tráfego. Hoje, temos dois setores que cuidam do trânsito, mas que não se conversam. A cidade caminha para o caos.
Projetos
Os projetos só resolvem o problema se forem integrados. Quando se faz uma unidade de saúde, tem que ser no centro da região atendida. Na Trindade, por exemplo, o terminal de ônibus foi construído longe das pessoas. Hoje, pensamos a cidade setorialmente, mas as políticas públicas necessitam ser desenvolvidas para a sociedade. Criar um centro do idoso acaba tirando ele do convívio com as outras pessoas. A ideia é criar uma cidade integrada, intersocial e com mais cidadania.
Governo
O PSOL ainda não esteve em um cargo executivo, mas mostra outra possibilidade de fazer política. Temos que retomar o planejamento. Falta visão de mundo. Essa visão é o que determina a qualidade de vida, não o dinheiro. Mais importante do que fazer projetos é ter princípios definidos. Ao longo do caminho, todas as propostas surgirão destes princípios. Às vezes se faz uma cidade melhor, com pouco dinheiro. Florianópolis arrecada R$ 48 milhões com IPVA e investe em viadutos, que privilegiam os carros. Não se resolve o problema de congestionamento alargando vias, é preciso investir no transporte de massa de qualidade.:
Fonte: Notícias do Dia